Conta a historia que uma forte epidemia de febre amarela em 1827 levou a aristocracia de Buenos Aires a abandonar seu territorio tradicional no bairro de San Telmo e rumar para o norte da capital. Ocuparam entao os bairros Recoleta, Barrio Norte e Palermo. Dessa ocupacao, resultaram algumas caracteristicas comuns que estes bairros ostentam ate hoje: arquitetura de estilo europeu, boulevards monumentais e muitas areas verdes.
Esta deve ser a sexta ou setima vez que eu venho a Buenos Aires – e francamente, jah estou programando a proxima. Soh que em todas as vezes anteriores, eu fiquei em hoteis mais proximos ao circuito turistico tradicional. Soh para citar as ultimas tres vezes que vim, para ca, Puerto Madero, Recoleta e Micro-Centro. Nunca antes tinha ficado em Palermo. Depois dessa primeira vez, vai ser dificil eu querer ficar em outro bairro.
Palermo eh o maior bairro de Buenos Aires. A grande quantidade de areas verdes que tem nele, como jah falei, na minha opiniao fazem dele tambem um dos mais agradaveis. Mas o bairro contem uma serie de sub-divisoes. Algumas sao quase oficiais e outras sao puro fruto da especulacao imobiliaria e da criatividade dos corretores de imoveis. A maioria das pessoas reconhece a existencia de tres areas basicas: Palemo Chico (encostadinho na Recoleta), onde tem uma serie de embaixadas e mora gente podre de rica, o descolado e trendy Palermo Viejo – que se subdivide em Palermo Soho e Palermo Hollywood – eh mole?? -, e Palermo mesmo, sem adjetivo nenhum para todo o resto.
O hotel em que estou hospedado eh um hotel boutique em Palermo Soho. Chama-se 5 Cool Rooms (http://fivehotelbuenosaires.com). Estou tentando adivinhar por que se chama 5 Cool Rooms, se na verdade tem 17 quartos. Mas va lah. A localizacao eh nota 10, as areas comuns sao 8,5, os quartos sao 7,5 (honestos apenas) entao da uma media boa. Eh para um dia hoje e outro na volta de Mendoza e vou contar… a localizacao compensa tudo. Eh perfeita. No meio de tudo.
A questao eh que ateh o inicio dos anos 90, Palermo Viejo – e nem se cogitava de suas subdivisoes chiques ainda – era um bairro meio decadente e romantico. Coisa meio de bicho-grilo. Isso acabou atraindo, como disse, muita gente descolada, com otimos restaurantes, lojas de alta-costura argentina e muitos designers de moveis. A arquitetura eh legal, pois praticamente nao ha predios altos. O centro nervoso do lugar eh a Plaza Serrano cujo nome oficial eh Plazoleta Cortazar. Hoje o bairro, alem dos estabelecimentos que jah falei, estah cheio de nightclubs, cafes, casas de cha e bares legais. A Plaza Serrano, por sinal, eh o lugar perfeito para um drink ao ar-livre. Hoje, eu praticamente bati perna pelo bairro a tarde toda, parando para ficar lendo e contemplando o movimento em um cafe ou bar quando cansava.
E a tal Plaza Serrano
Plaza Serrano
Um aviso… Buenos Aires em janeiro eh para fortes… 30 e tantos graus facil hoje. A gente esquece que a cidade fica as margens do Rio da Prata, o que faz com que no alto verao faca um calor meio manuara aqui.
Outra coisa interessante eh que pela primeira vez, de todas as vezes que jah vim para a Argentina, pousei no aeroporto domestico daqui de Buenos Aires, o Aeropuerto Jorge Newberry, ou como eles chamam aqui, Aeroparque. Se eh melhor ou pior que pousar em Ezeiza? Se o preco compensar, acho que eh uma otima ideia. Como aeroporto domestico da capital argentina, o Aeroparque fica dentro da cidade, justamente no bairro de Palermo, enquanto Ezeita – o aeroporto internacional – estah ha uns vinte e tantos quilometros. Em 10 minutos eu estava no hotel. A questao eh que o Aeroparque, sendo o aeroporto domestico da capital, tem o fluxo de passageiros para ele ditado pelos fluxos de trabalho, de forma que, dependendo do voo que se queira pegar, o preco eh caro. Tambem eh verdade que pelo jeito nele soh pousam aeronaves menores. Eu vim num 319 da TAM e mesmo na executiva nao estava aquelas coisas de espaco nao.
Hoje a noite tenho que pegar leve. Amanha cedo viajo para Mendoza. Quer dizer… nem tao cedo assim, mas e antes do meio-dia. Entao, vou conhecer o restaurante Crizia hoje (http://www.crizia.com.ar/index.html) que vem altamente recomendado por um expat ingles, amigo meu, que mora aqui. Se animar depois e se o sono nao pegar, vou escutar um jazz no Thelonius Club (http://www.thelonious.com.ar).
Para o Alto e Além 